Bio

Deborah Goldemberg é antropóloga, autora de Valentia (Ed. Grua, 2012), romance vencedor do PROAC do Governo de São Paulo/2011 e finalista dos prêmios Jabuti e Machado de Assis (Biblioteca Nacional) 2013. Seu primeiro romance para o público juvenil foi Antônio Descobre Veredas (Ed. Biruta, 2014) e anos depois veio A Brecha – Uma Reviravolta Quilombola (Ed. Estrela, 2020), que foi finalista do prêmio Jabuti em 2021. Em 2019, publicou o livro de poemas Idílios (Ed. Riacho) e a dramaturgia Makunaimã – O Mito Através do Tempo (Ed. Elefante), premiado pelo extinto MinC em edital comemorativo da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 2020, ganhou o Prêmio Aldir Blanc (10 Anos de Realização em Literatura), ao qual dedicou a levar Makunaimã para o campo da performance, em parceria com a Casa das Rosas e SESC.

Deborah Goldemberg nasceu em São Paulo, em 1975, é antropóloga formada pela London School of Economics, no Reino Unido, e mestre em Estudos de Desenvolvimento pela mesma universidade. Desde 1998 trabalha no Nordeste e Norte do Brasil com projetos de desenvolvimento socioambiental, vivência que a permitiu vasto conhecimento das culturas tradicionais que influenciam sua literatura. 

Sua estreia na literatura deu-se com a novela Ressurgência Icamiaba (Selo Demônio Negro, 2009), uma história inspirada na lenda indígena das amazonas. No mesmo ano, lançou O Fervo da Terra pela editora Carlini & Caniato, que aborda a dinâmica de colonização do Centro-Oeste na ótica de um indígena adotado por uma família de colonos gaúchos. Em 2010, publica uma coleção de poemas com a editora Yiyi Jambo, com tradução para o portunhol selvagem. 

Em 2011, ganhou o prêmio PROAC do Governo de São Paulo para a publicação do seu romance, Valentia (Ed. Grua, 2012), que tem como pano de fundo a Guerra da Cabanagem (1835-1840). O romance foi escrito a partir do convite de lideranças indígenas do Pará, a partir de narrativas orais colhidas em uma expedição fluvial pelos rios Tapajós e Arapiuns. Valentia foi finalista do Prêmio Machado de Assis (Biblioteca Nacional) de 2012 e do Prêmio Jabuti 2013. Em anos recentes, Valentia tem sido estudado em diversas universidades brasileiras (UNB, FURG, etc.) e nos Estados Unidos, como referência para obras literárias que dialogam com narrativas indígenas. 

A partir daí, Deborah passou a escrever para o mercado infanto-juvenil. Sua primeira publicação para esse público foi com a Ed. Biruta (2014) – título Antônio Descobre Veredas é uma iniciação ao Grande Sertão Veredas, o grande romance de Guimarães Rosa. Dando continuidade a esse ímpeto, em 2018 surge um novo romance juvenil, escrito em co-autoria com uma comunidade quilombola do Norte do Espírito Santo a partir de vivência de campo e oficinas comunitárias de co-criação.

Em 2018, houve um pequeno desvio de percurso, no qual Deborah se dedicou à poesia, ainda que não se considere poeta, e publicou de forma independente o livro de poemas Idílios, em parceria com a Editora Riacho.

Nesse meio tempo, Deborah retomou seu diálogo com o mundo indígena e mergulhou na obra de Theodor Koch-Grunberg, etnógrafo que registrou os mitos Taurepang que vieram a inspirar Mário de Andrade a escrever Macunaíma. Isso a levou a um novo grande projeto de curadoria, realizado em parceria com a POIESIS (Casa das Rosas, Casa Mário de Andrade e Guilherme de Almeida). A partir de um processo de co-criação com líderes indígenas, intelectuais e artistas de diversas áreas, Deborah produziu a dramaturgia polifônica Makunaimã – O Mito Através do Tempo (Ed. Elefante, 2019). A obra foi premiada pelo extinto Ministério da Cultura (Comemoração de 100 Anos da Semana de Arte Moderna)e lançada na FLIP-EI (Feira Literária de Parati) em 2019.

No final de 2020, o romance juvenil “A brecha: uma reviravolta quilombola”, co-escrito com Arquimino dos Santos e Jefferson Gonçalves Correia, foi lançado pela Ed. Estrela. A obra foi indicada ao prêmio Jabuti de 2021 e ficou entre as três finalistas da categoria juvenil. Neste mesmo ano, Deborah participou e trabalhou em alguns eventos. Foi curadora do Seminário Internacional Raízes da Intolerância (2021), encontro que buscou levantar reflexões sobre as causas da intolerância a partir do extermínio e da proibição de mais de mil línguas que eram faladas no território brasileiro. O encontro reuniu nomes como Ailton Krenak,Tânia Clemente de Souza, Avelino Taurepang, Ñáma Telikong, dentre outros. Sua obra Makunaimã – O Mito Através do Tempo (2019) foi tomada como referência e contraponto à obra icônica “Macunaíma, herói sem nenhum caráter” de Mário de Andrade. Deborah e co-autores são convidados para eventos como a Semana do Centenário da Semana de Arte Moderna (2022) e Refestália (2022), com intervenção cênico-literária TransMITO Makunaimã.

Recentemente, os direitos autorais da sua obra O Fervo da Terra (2009) foram cedidos para execução de um longa-metragem.